segunda-feira, 10 de outubro de 2011

São Daniel Comboni

Celebra-se hoje mais um dia de São Daniel Comboni. A maneira de ele olhar os africanos e o mandato missionário no século XIX é, ainda hoje, actual. A intuição de salvar a África com a África levou muitos a darem a sua vida, a oferece-la para que todos tenham a vida, e a tenham em abundância (Jo 10, 10).
O evangelho de João é citado por Bento XVI e é o capítulo 20, versículo 21 a dar o mote para a mensagem do dia mundial das missões deste ano. "Assim como o Pai me enviou, também eu vos envio a vós."


Comboni sentiu esse chamamento. As boas ideias, por norma, convencem, mas os bons exemplos ARRASTAM. E foi o que fez Comboni. Com as suas palavras convenceu. Com o seu exemplo ARRASTOU. E depois de Comboni seguiram-se milhares de combonianos, entre missionários, missionárias, leigos, seculares que procuram à maneira de Comboni, seguir o chamamento de Jesus, enviado do Pai que nos envia a nós também, para que todos saibam o Dom de Deus para cada um de nós.
Há oito anos (e cinco dias) o agora beato João Paulo II elevava à glória dos altares São Daniel Comboni, depois da beatificação que tivera lugar em 1996. A glória dos altares não é um prémio que se almeje, é antes um reconhecimento, por parte da igreja e do povo de Deus, a um ser excepcional que na sua pequenês conseguiu fazer a diferença. São estes os exemplos que não apenas convencem mas arrastam por causa da coerência de vida.

Hoje dia 10 de outubro, vários jovens provenientes de toda a Europa, no noviciado internacional de Santarém dirão: "Sim. Quero aprender com os combonianos, meus irmãos mais velhos na fé, a perceber o que faz de um comboniano um comboniano." Rezo por eles e exorto-vos a rezar por eles também.
O noviciado é um tempo de graça que eu já pude viver. Comecei este período há precisamente quatro anos, dia 10 de outubro de 2007. Dou graças a Deus por ele, e por quanto pude aprender com esse ano. A quem não conhece Comboni, convido-vos a conhecê-lo melhor, não pela sua santidade, mas pela sua humanidade, pela sua maneira de ver as coisas, pelo modo em que ele via a vida, os outros, a missão, a impresa de evangelizar uma àrea superior à da Europa. São Paulo dizia, para mim morrer é lucro, viver é Cristo, e noutra carta, Ai de mim se não evangelizar. Comboni, parece-me o São Paulo do século XIX. Contra todos decidiu optar pelos gentios, pelos que não conheciam ainda a boa nova. África ou morte leu-se nos seus lábios e na sua vida. E foi lá, na África amada que suspirou pela última vez. Era o dia 10 de Outubro de 1881. Ele morreu mas a sua obra não. São os combonianos hodiernos a ser um desafio para o mundo de hoje com os exemplos, as acções, as opções: opção preferencial pelos pobres. A ratio missionis fê-los entender que estes pobres e abandonados moram aqui ao lado, e os que precisam de ouvir falar pela primeira vez do Bom Pastor moram nas nossas cidades, no antigo bastião do catolicismo, nos países ditos desenvolvidos da velha Europa.

Neste dia também, celebra o seu aniversário um irmão mais velho que não pouco me ajudou durante o meu noviciado em Itália, e mais ainda depois de ter saído dos combonianos, enquanto fazia uma experiência que como nenhuma outra me fez perceber qual o meu lugar na Igreja e que missão o Bom Pastor me convidava a abraçar.
A ti Tarcísio, um muito obrigado público porquanto pude realizar, ver e perceber contigo.

Parabéns a todos os combonianos! Que não vos falte a oração de quantos por vós são assistidos, nem ajuda de quantos de boa vontade vou ajudam a ajudar, nem a força do Paráclito prometido pelo Filho que nos disse estar connosco até ao fim dos tempos (Mt 28, 20).

Há coisas fantásticas não há?

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