sexta-feira, 14 de março de 2014

Astrofotografia (bem atrasada)

[Este post foi escrito no mês de Junho de 2013. Por alguma razão não foi publicado, provavelmente por ter sido escrito num novo interface (no ipad) e portanto ficou como rascunho e não como publicação! Venho assim publicar algo com um desfasamento :-P]
Há uns meses que não vos escrevo. E gosto tanto de o fazer...
Bem, deixemos os lamentos. O verão está quase a chegar, sem que no entanto tenhamos visto sequer a primavera. Uns bafos que fizeram lembrar outros anos, mas tirando isso, tivemos uma estação tíbia. Quando vou a casa, uma vez por mês de fim-de-semana, segundo as mais elementares leis de Murphy, ou não tenho tempo para nada, ou tendo tempo, há mau tempo. O que é uma chatice pois acho cada vez mais terapeutico apanhar uns banhinhos de orvalhada, no jardim, a apanhar uma barrigada de bom céu.
Deixo-vos com esta foto, que mais do que dizerem do fotógrafo ou do material, falam por si, e da beleza do criado!




Há coisas fantásticas não há?

O calendário e as festas móveis

Caros amigos, e demais leitores. Depois de quase um ano sem nada vos dizer, por tantas razões, volto à carga com um post invulgar. Não é que o ano que passou não tenha sido cheio de coisas fantásticas. Foi de facto um ano cheio de pequenas coisas fantásticas. Desta vez, um artigo em que procuro falar do calendário, em geral explicar o porquê das festas móveis em particular. Este artigo é uma pequena fracção de um trabalho muito maior, relativo ao Observatório Astronómico do Vaticano, que teve na sua origem, a preocupação que visava a reforma do calendário Juliano.

1. O calendário

A preocupação concreta que fez com que no passado se estudasse as estrelas e planetas, refere-se à necessidade de criar um calendário que fosse o mais preciso possível, para que as pessoas se pudessem orientar no que diz respeito às estações do ano, época das sementeiras, das colheitas, entre outros.
 
Esquema onde surgem as "razões" astronómicas das estações do ano! O grande problema sempre foi, fazer um calendário concorde às estações do ano, e ao ano sideral.
Um calendário, de uma maneira geral podemos dizer que consiste em um conjunto de unidades de tempo - dias, semanas, meses, anos - organizadas com o propósito de medir e registar eventos ao longo de grandes períodos. Um calendário conta os dias em unidades de semanas, meses e anos. O desafio de fazer um calendário, nasce do facto de que o mês lunar não tem um número exacto de dias. Do mesmo modo, o ano (civil) como o conhecemos não tem um exacto número de dias nem de meses (lunares). As diferenças, as fracções de dias e as fracções de meses, vão-se acumulando ao longo do ano e no fim é necessário acrescentar ou subtrair dias de modo a que o calendário esteja em harmonia com a sequência anual das estações . A semana, constituída por sete dias, que provavelmente teve origem na Babilónia, e que foi precedente à história escrita, segundo uma das teorias que estuda o calendário, era um modo concreto para contar os dias que separavam os dias de feira. O mês era originariamente baseado nas fases da lua. Conhecer o período em que a lua estava cheia (e portanto iluminava o céu de noite), era particularmente importante para caçadores e feirantes. Por sua vez, o ano era um período muito importante para as sociedades agrícolas, pela importância que tinha conhecer os períodos da sementeira e da colheita . 

2. O Calendário hebraico

Para os hebreus, o calendário não era simplesmente um conjunto de números que os homens tinham estabelecido, mas era baseado sobre determinados fenómenos celestes que estes atribuíam a Deus. E vemo-lo no modo como a Bíblia descreve a tarefa última do criador na criação dos corpos celestes. No livro do Génesis (1, 14-18) é dito que Deus disse: «Haja luzeiros no firmamento dos céus, para separar o dia da noite e servirem de sinais, determinando as estações, os dias e os anos; servirão também de luzeiros no firmamento dos céus, para iluminarem a Terra.» E assim aconteceu. Deus fez dois grandes luzeiros: o maior para presidir ao dia, e o menor para presidir à noite; fez também as estrelas. Deus colocou-os no firmamento dos céus para iluminarem a Terra, para presidirem ao dia e à noite, e para separarem a luz das trevas. E Deus viu que isto era bom» . Também no salmo 104, versículo 19 “A lua cumpre as várias estações” . Isso indica-nos que o calendário judaico era portanto de base lunar, atendendo ao facto de se tratar de um fenómeno celeste facilmente visível. O tamanho real de um mês lunar, o tempo durante o qual a lua atravessa todas as suas fases (lua nova, primeira falcada, primeiro quarto ou quarto crescente, primeira giba, lua cheia, segunda giba, segundo quarto ou quarto minguante e segunda falcada ) é de vinte e nove dias e meio (29.53085). Segundo os hebreus, o ano consistia em doze meses que se alternavam com o tamanho de 29 e 30 dias. O problema é que este “ano lunar” tem apenas 354 dias e, por isso é 11 dias mais curto que o ano solar que segue as estações. Os agricultores porém precisavam de ter em mente as estações para regular as actividades que levavam a cabo, nomeadamente as sementeiras e as colheitas. Assim, em cada calendário destinado a seguir a lua e o sol (calendário lunissolar), é necessário introduzir um mês extra, intercalado a cada dois ou três anos . No ano 432 a. C. o matemático grego Metão (Meton of Athens), observou que 19 anos solares correspondiam a 235 lunações. Tratava-se de uma diferença de um par de horas, que equivaliam a cerca de um dia no arco de 300 anos. É possível portanto coordenar os calendários lunares e solares inserindo sete meses intercalares neste período de 19 anos. Este calendário era bastante acessível, mas os hebreus não o conheciam, e à falta de uma regra precisa, era bastante complicado inserir um mês extra intercalado. Com um simples gnómon, qualquer astrónomo poderia facilmente estabelecer a posição do sol, observando a mudança do cumprimento da sombra do sol, projectada por um pau colocado na vertical ou por um obelisco. No entanto o Sinédrio, a assembleia dos anciãos que regulava a vida dos hebreus, não era particularmente sistemático no cálculo do progresso das estações. Era portanto difícil estabelecer com certeza a primeira lua (ou mês) do ano e os meses intercalados eram inseridos todas as vezes que se retinha necessário. Preferiam assim assumir acontecimentos importantes que decorriam ao longo do ano, ao invés de começar a contar desde o início do ano. O ano começava sempre com o primeiro dia do mês lunar. Normalmente, o primeiro mês do ano coincidia com o início da primavera. O mês lunar começava sempre com a lua nova. O dia da lua nova era uma festa que contemplava o rito de alguns sacrifícios junto do templo (Nm 28, 11.15: «No primeiro dia dos meses, oferecereis um holocausto em honra do Senhor […] Este será o holocausto do começo do mês para cada mês do ano»). Não foi sempre fácil fixar o início do mês. A juntar-se ao mau tempo, quando começa o mês lunar, na lua nova, o sol encontra-se em conjunção com a lua, o que impossibilita a visão da mesma, e só se sabe que foi lua nova, no dia seguinte, ao ver a lua em quarto crescente, baixa no horizonte. Os próprios muçulmanos, ainda hoje, devem esperar a primeira lua crescente da lua nova para regular o calendário religioso e assim usam a observação directa para estabelecer os inícios do mês e do ano. Para determinar a data da Páscoa, os hebreus seguiam a lei mosaica (de Moisés) estabelecida no Êxodo (12, 1-8), Números (28, 16) e Levítico (23, 5): «No décimo quarto dia do primeiro mês, ao crepúsculo, é a Páscoa do Senhor ». Assim, a décima quarta noite do primeiro mês equivale à primeira lua cheia do ano, porque a lua cheia acontece sempre catorze dias depois da lua nova. Note-se que com esta definição a festa da Páscoa não era para eles móvel, mas sempre fixa no mesmo dia, do mesmo mês de cada ano. A escolha de qual mês fosse o primeiro do ano dizia respeito ao Sinédrio. Era ele a decidir da utilidade ou não de acrescentar um mês num dado ano. Depois da destruição de Jerusalém no ano 70 d. C. e a consequente diáspora do povo hebraico, deixou de ser possível manter este sistema. Deixara de existir a autoridade de um templo que anunciasse o início dos meses e dos anos. Assim começou a usar-se o ciclo de Metão de 19 anos, que já não era baseado na observação directa da lua. Assim, toda a comunidade hebraica na diáspora poderia celebrar a Páscoa no mesmo dia.

3. O Calendário Cristão

No início, os primeiros cristãos seguiram os hebreus no cálculo do dia de Páscoa, mas bem cedo as suas estradas se separaram, atrasando a celebração da Páscoa para o dia imediatamente a seguir ao Sábado – Domingo. Esta festa tinha também um significado diferente para os cristãos: não mais a libertação da escravidão do Egipto, mas a promessa da Ressurreição (que teve lugar num Domingo) e a libertação do pecado. Como para os hebreus, as várias igrejas cristãs eram longe umas das outras e a comunicação não era fácil. Assim as igrejas tiveram que encontrar o modo de estabelecer a data da celebração da Páscoa de maneira completamente autónoma. Esta decisão comprometia a unidade da igreja Cristã, um problema que foi bem cedo afrontado desde o concílio de Niceia que teve lugar no ano 325 d. C.. Já neste período, o calendário de Júlio César  estava em uso em todo o império romano (Calendário de Júlio César também dito Juliano - O ano juliano dividia-se em 12 meses de 30 ou 31 dias. Começava sempre no mês do equinócio da primavera. Março era o primeiro dos meses, do deus da guerra, Marte. Abril, virá de aperire, abrir, relativo ao “despertar” das flores na primavera boreal. Maio, em homenagem às deusas Maia e Flora, reponsáveis pelo crescimento das flores. Junho, em homenagem à deusa Juno. Julho, o mês inicialmente chamado quintilius, por ser o quinto, passou depois a ter o nome de Julho em homenagem a Júlio César, que dá também nome ao calendário. Agosto, sextilis, em honra ao imperador César Augusto. Setembro, Outubro, Novembro e Dezembro advêm dos originais latinos, assim: septem, octo, novem e decem. Janeiro era o décimo primeiro mês, em honra de Jano, o porteiro celestial, e Fevereiro advém de februmm que significa purificar pois era o mês em que se fazia um ritual de purificação romano). Não se questionava no calendário a necessidade de inserir ou não meses lunares uma vez que estes foram substituídos por meses de 30 ou 31 dias. A vantagem deste sistema era a harmonia que havia entre o calendário e as estações do ano e assim, o movimento da terra à volta do sol (translação). Seguindo a interpretação feita dos textos vetero-testamentários, o concílio de Niceia fixou a data da Páscoa para o primeiro Domingo, depois da primeira lua cheia, a seguir ao equinócio da primavera. Se a lua cheia ocorresse no Domingo, pois a festa da Páscoa seria no Domingo seguinte, para que se evitassem confusões entre a Páscoa hebraica e a Cristã. Com esta definição o calendário deixava de depender de uma autoridade que anunciasse, cada ano, de maneira solene, a data da Páscoa, com as consequentes arbitrariedades e incertezas. Cada igreja, por mais isolada que estivesse, podia assim calcular com precisão quando poderia celebrar a Páscoa. Bastava procurar o primeiro Domingo, depois da primeira lua cheia a seguir ao equinócio de primavera. A lua de Páscoa - lua cheia - era assim, sempre, o dia catorze do mês lunar. A lua nova pascal ocorria entre o 8 de Março e o 5 de Abril, e assim a lua cheia, catorze dias depois, entre 21 de Março e 18 de Abril. Atendendo à possibilidade que os dias 21 de Março ou 18 de Abril fossem Domingo, as datas da Páscoa, iam, e vão todavia, do dia 22 de Março ao 25 de Abril - sendo que o 25 de Abril seria a data da Páscoa sempre que o primeiro Domingo após a primeira lua cheia de primavera acontecesse a 18 de Abril como previamente explicado. 

4. O Calendário Gregoriano  
Papa Gregório XIII 
Os padres do concílio de Niceia (325 d. C.) aperceberam-se certamente que o calendário Juliano não era perfeito. A duração do ano solar era ligeiramente maior que o “tamanho” efectivo do ano, o que levantaria problemas em pouco tempo, uma vez que estes pequenos desfasamentos se iam acumulando. Este “defeito” introduzia um erro de cerca de um dia a cada 133 anos, e bem cedo se levantaram vozes pedindo uma reforma do calendário. No ano 1500, já a soma dos vários erros ia nos 10 dias, demasiado uma vez que o calendário se quereria o mais preciso possível. Era necessário adoptar um valor do ano que fosse o mais aproximado possível ao seu tamanho efectivo. O tamanho dos anos, estipulado nos tempos de Júlio César como tendo 365.25 dias não era suficientemente preciso, e mesmo com os anos bissextos a cada quatro anos o problema não estava resolvido porque mesmo assim havia um erro de um dia a cada 133 anos . Os concílios da igreja, nomeadamente o de Constança (1414-1418) e Trento (1545-1563), pediram o empenho dos Papas para que corrigissem o calendário. O atraso na correcção não se deveu à negligência dos Papas, mas antes à falta de uma solução priva de ambiguidades e que fosse ao mesmo tempo simples e válida, em sintonia com quanto havia sido determinado pelo concílio de Niceia. É elucidativa a preocupação expressa pela igreja, em particular nas palavras do Papa Leão XIII no exórdio à carta de motu próprio Ut Mysticam : «A empurrar os pastores da igreja a procurar o progresso desta ciência e a favorecer os cultores, foi além do mais a possibilidade, que apenas ela oferecia, de estabelecer com certeza em quais dias se devia celebrar as principais solenidades religiosas do mistério cristão. E assim os padres tridentinos, bem sabendo que a reforma do calendário feita por Júlio César não tinha sido perfeita e por isso o cômputo do tempo era alterado, pediram instantemente ao pontífice romano para que, depois de ter consultado expertos na matéria, preparasse uma nova e mais perfeita reforma do calendário.» A solução apareceu por Pietro Pilati, num tratado publicado em Verona em 1560 que resolvia a questão dos dias “a mais” que surgiam a cada 133 anos. Pois 133 vezes 3 dá 399, ou seja, praticamente 400. E, por isso, a solução passaria, e passa, por subtrair três dias a cada 400 anos: sugeria manter o ano regular de 365, os anos bissextos a cada quatro anos, excepto para os anos que acabavam com dois zeros, a menos que fossem múltiplos de quatrocentos. E este foi apenas o primeiro passo em direcção à reforma do calendário. Outras mudanças foram operadas de modo a que o calendário fosse o mais preciso possível. Em 1577 o novo calendário com as novas regras foi enviado a todas as autoridades civis da Europa, nomeadamente às academias e universidades. Depois de verificadas as respostas, a comissão para o calendário preparou a bula Papal Inter Gravissimas, que em 1582 decretou a adopção do novo calendário.(Devido ao desfasamento que se foi acumulando no calendário, (dez dias no total) no mês de Outubro de 1582, passou-se do dia 4 de Outubro para o dia 15. Assim o equinócio no calendário, correspondia de facto, e pela primeira vez em séculos, com o equinócio de 21 de Março, o tido em conta, desde Niceia, para a marcação do dia de Páscoa.) 

A sala da meridiana, Torre dos Ventos, primeira sede do observatório do Vaticano. Sobre ela diz o Papa Leão XIII aquando da refundação e ampliação do observatório: «Essa torre [Torre dos Ventos ou Gregoriana] existe ainda hoje, e traz ainda a lembrança ilustre do seu munificente autor; nela se encontra a meridiana construída por Inazio Danti Perugino, onde se insere uma mesa redonda de mármore, cujas linhas, sabiamente desenhadas, quando são tocadas pelos raios de Sol que descem do alto, mostram quanto fosse necessário corrigir o velho calendário e quanto a reforma feita seja de acordo com a natureza ».

Este novo calendário, bem mais preciso, não se tratou tanto de uma reforma, mas sim de uma correcção. Para ela contribuiu como nenhum outro o padre Cristóvão Clávio (Jesuíta de origem alemã, encarregado pelo Papa Gregório XIII de orientar os trabalhos que viriam a culminar com o estabelecimento das novas regras do calendário Juliano reformado, que ficou com o nome do seu impulsionador, Gregório. O nome Clavius foi latinizado sendo que originariamente o seu nome é Christoph Clau. O seu nome, de tão proeminente e ilustre que foi para as ciências e para a astronomia, tem uma cratera homónima, na lua: Clavius. Com ele, mais 31 Jesuítas partilham essa honra, e há portanto outras tantas crateras com nomes de jesuítas, que partilham assim lugares com nomes proeminentíssimos como Tycho Brahe, Copernicus, Galileu, Ptolomeu, etc.), professor de matemática no colégio Romano, conhecido pelas suas publicações de Geometria, Aritmética e Astronomia, foi encarregue pelo Papa Gregório XIII de descrever e defender o novo calendário . Padre Cristóvão Clávio, S.J. 
Padre Cristóvão Clávio, S.J. 

O novo calendário ou o antigo calendário, agora reformado, foi aceite por todos os países católicos de então, com naturais resistências políticas e religiosas nos países protestantes. Assim, só no início do século XVIII a reforma foi aceite por toda a Europa com excepção dos cristãos ortodoxos. Apesar da precisão dos cálculos, haverá o desfasamento de um dia cerca de 3000 anos depois de aplicada a reforma. Por isso mesmo, já se fala na reforma da reforma, ou seja, se o calendário gregoriano mais não é que o calendário juliano reformado, fala-se já de uma reforma do calendário gregoriano, ainda que estejamos a mais de dois milénios da necessidade de alterar seja o que for para que o ano sideral, coincida com o ano civil . Sendo a festa da Páscoa central no âmbito do calendário litúrgico cristão, todas as festas móveis são associadas à Páscoa, assim: Domingo de Carnaval (ou Domingo gordo): 7º domingo anterior ou 49 dias antes; Terça-Feira de Carnaval: 47 dias antes da Páscoa. Quarta-Feira de Cinzas: 46 dias antes da Páscoa. Domingo de Ramos: 1º domingo anterior ou 7 dias antes da Páscoa. Sexta-Feira da Paixão: 2 dias antes da Páscoa. Domingo do Espírito Santo: 7º domingo posterior ou 49 dias depois da Páscoa. Santíssima Trindade: 8º domingo posterior ou 56 dias depois da Páscoa. Corpus Christi (Corpo de Cristo): 60 dias depois da Páscoa, tradicionalmente, e até 2018 por causa da Troika, no domingo sucessivo a essa Quinta-feira. Se continuará depois a ser na quinta-feira ou no domingo sucessivo (e portanto 63 dias depois da Páscoa), terá que ser discutido pelo executivo então em Funções, nunciatura apostólica e conferência episcopal. Aquando da aprovação da constituição conciliar sobre a sagrada liturgia Sacrossanctum Concilium em Dezembro de 1963, no apênice, ficou em aberto o estabelecimento de uma data fixa para a Páscoa, e portanto um calendário fixo onde as festas ligadas à Páscoa e a própria celebração da Páscoa fossem em datas fixas, mas nada se determinou desde então. Espero que tenhais ficado mais esclarecidos sobre os porquês de não se celebrar sempre no mesmo dia a festa da Páscoa, ao contrário do que acontece com as demais festas como o Natal, Todos os Santos, Fieis defuntos, entre outros.

Para saber mais:
Consolmagno, Guy (2009), “L’Infinitamente Grande, L’Astronomia e il Vaticano”, Città del Vaticano: Libreria Editrice Vaticana.
Máximo Ferreira e Guilherme de Almeida, (2004), “Introdução à Astronomia e às observações astronómicas”, Lisboa: Plátano Editora.
Maffeo, Sabino (2001), "La Specola Vaticana - Nove Papi Una Missione", Città del Vaticano: Pubblicazioni Della Specola Vaticana.
Carta de motu próprio Ut Mysticam a propósito da refundação e ampliação do observatório do Vaticano de Leão XIII de 14 de Março de 1891, XIV do pontificado.
Casanovas, Juan S.J., "Determinación de la Pascua", Rivista Liturgica, 2001.
Constituição conciliar Sacrossanctum Concilium sobre a sagrada Liturgia, (1963).

Há coisas fantásticas não há?

sábado, 16 de março de 2013

Um papa "Fantástico"?

Depois de 12 dias de vacatura, em que a sede apostólica esteve vacante, o colégio de cardeais eleitores escolheram um novo bispo de Roma. Se João Paulo II tinha afirmado que haviam escolhido um papa que veio de longe, este disse que tinham escolhido um que vinha quase do fim do mundo.
Pela primeira vez na história, um papa vem do outro lado do Atlântico...
Pela primeira vez na história, um papa é eleito proveniente do novo mundo...
Pela primeira vez na história, um papa surge de entre os Jesuítas...
Pela primeira vez na história recente, prescindiu da mozzetta, e surgiu com veste branca e faixa e com a Cruz que usara sempre como cardeal e arcebispo de Buenos Aires...
Pela primeira vez na história, um papa escolhe o nome de Francisco. E dos homónimos destacamos a radicalidade evangélica com que viveu o santo de Assis e que transformou a igreja, a paixão missionária que imbuiu são Francisco Xavier e que levou a fé à Índia, a humildade e simplicidade do beato da cova da iria...
Pela primeira vez na história, o sucessor de Pedro, antes de abençoar o rebanho de que é pastor, pede ao rebanho que interceda por ele junto de Deus.
Habemus Papam, uma voz que ressoou por todo o mundo. E depois de suspenso, o mundo que ficara desde o fumo branco à espera do nome, chegou o anunciado momento.
Havia quem quisesse um papa jovem, outros, um asiático, outros ainda um da América do norte, ou que voltasse a Itália. Mas o Espirito Santo não quis que assim fosse.
Escreve o profeta Isaías (55, 9) "Tanto quanto os céus estão acima da terra, assim os meus caminhos são mais altos que os vossos, e os meus planos, mais altos que os vossos planos."
Quantas vezes não dizemos, seja feita a vontade de Deus? E assim foi. A vontade Dele por intermédio dos cardeais reunidos em conclave.
Carregar a Cruz de Cristo e conduzir a barca de Pedro não é decerto tarefa fácil. Mas foi naquele humilde cardeal que os outros confiaram. E depois do escrutínio, ele aceitou ser sucessor de Pedro, e ter o pesado fardo de guiar, como bom pastor (Jo 10) a Igreja que lhe é confiada.
Afirmou a fraternidade como fundante e fundamental, e como humanidade (ainda que tenhamos dado passos largos na Igualdade e Liberdade) temos muito que caminhar. E também como igreja.
Dirigiu a sua benção, depois de pedir a intercessão, a todos os homens e mulheres de boa vontade, e depois de a pronunciar, como pastor, tira a estola e beija-a.

Sua Santidade, papa Francisco I. Rezamos por ti.

Um papa fantástico?
Parece-me que sim.


Astrofotografia do novo ano

Caríssimos, os últimos meses têm-me ocupado com muita coisa, e por isso mesmo, deixei de ser fiel como fora ao blog e a quando lêem o que escrevo. Espero em breve poder vir a sanar o débito :)
Partilho convosco algumas fotos, astrofotografias, que dão conta da beleza e grandeza da criação e do criado. Uma foto de Júpiter, feita com o Celestron C11 e a câmara DBK21, um Startrail feito com 230 fotos de 30" cada e que corresponde a pouco mais de duas horas de exposição. Nela é clara o quanto se move a terra, sob o eixo que imaginamos e que aponta, grosso modo para a estrela polar, no centro do enquadramento. Também duas fotos ao sol, feitas com a Nikon D90, o Lunt 60 e com o planeta terra representado à escala.
Espero que gosteis.
Há coisas fantásticas não há?







segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Feliz Natal

Caríssimos, chegou mais um Natal, e com ele, o que normalmente encontramos nesta quadra. Desejo a todos os meus amigos e leitores, um Feliz Natal, cheio de tudo aquilo que se não pode comprar: amizade, saúde, sorrisos...

Boas festas

Há coisas fantásticas não há?

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Férias e astrofotografia

Quem me sabe, sabe-me apaixonado pela astrofotografia e pela astronomia. A verdadeira paixão que subjaz às duas é a natureza. Se a astrofografia se propõe a congelar e imortalizar a beleza com que somos prendados, a astronomia é talvez a ciência que mais nos faz aproximar da grandeza de Deus.
Deixo-vos alguns registos astrofotográficos das férias passadas:







Para os settings utilizados podem perguntar nos comments! As câmaras usadas foram a nikon D90 e a Canon EOS 550D, Os telescópios, WO FLT 132 e Pentax SDHF 75, Montagens CGEM, SW eq3-2, Neq6 e tripé fotográfico, objectivas 18-55 IS da Canon e 18-105 VR da Nikon ambas a 18mm para as duas últimas fotos. Exposições de 30" da primeira a 900" da penúltima. ISO's a variar dos 200 aos 1600 :)
Há coisas fantásticas não há?

À porta de casa

Um dia impróprio para fazer astronomia! Pelo menos visual ou astrofotográfica :)
E que belo espectáculo :P

Há coisas fantásticas não há?

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Havaianas. Parabéns :)

Pois é, fazem hoje 50 anos estas coisas fantásticas. Pequenas, leves, práticas, confortáveis...

Os génios são os que criam pequenas coisas que fazem toda a diferença. Esta é uma. E é fantástica :)
Há coisas fantásticas não há?

terça-feira, 5 de junho de 2012

O meu mais velho :)

Fui de fim‑de‑semana a casa no passado fim‑de‑semana e quis experimentar o telescópio maior de que disponho. Mais, quis fazer astrofotografia com ele mas mais não fiz que ver a lua, m13, m51 e m53.
Queria ter feito fotos com ele, mas atendendo às nuvens só pude fazer fotos junto dele :)
Fica para a próxima oportunidade.
Na foto e por ordem, SW eq6, Orion optics UK SPX250 f4,8 e eu :)

Há coisas fantásticas não há?

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Portugal fantástico.

Cada vez me encanta mais Portugal. Com todos os defeitos e limites...
É bom estar cá.
Pude passar uns dias de descanso no oeste luso. Partilho uma foto convosco, do mar violento sob os pés de quem o desbravou, junto do cabo carvoeiro. Ao ver o mar e o sal lembrei-me reiteradamente do poema que para mim melhor canta os nossos feitos. A reler, Mar Português de Fernando Pessoa.
"Oh Mar Salgado/Quanto do teu sal/São lágrimas de Portugal...
Há coisas fantásticas não há?