terça-feira, 26 de abril de 2011

Tríduo Pascal, caminho de Esperança (III)

O Tríduo Pascal termina no Sábado com a Vigília das Vigílias. Sábado Santo pode dividir-se em duas partes distintas. A primeira surge em continuação de Sexta-Feira Santa, a dúvida em relação ao Mestre. Ele dissera que ressuscitaria mas eram mais as dúvidas que as certezas. A segunda parte de Sábado Santo canta já a Alegria do Ressuscitado. Não está aqui, Ressuscitou como disse. A grande Vigília Pascal, e grande entenda-se não o epidérmico tempo que Ela demora, mas a riqueza teológica que subjaz à mesma.
Inicia-se a celebração com o Silêncio que tanto nos "ocupou" nestes dias. Depois deste, fora da igreja ou catedral, há a solene benção do Lume novo, acende-se o Sírio Pascal, símbolo de Cristo que Ressuscitou da morte, e que com ele ressuscita para uma vida nova quem com Ele se Configurou em vida. Esta primeira parte chama-se Lucernario, porque a Luz dos Povos, lumen gentium é Cristo. É no fogo que somos purificados, e o fogo é o elemento, primordial se quiserdes, que transforma em si tudo quanto é. Se deitamos um papel à terra, por exemplo, ficará sujo mas igual. Na água ficará molhado, mas o que se deita ao fogo, transforma-se em fogo.
Canta-se o precónio que é o grande anuncio da resurreição. Oh Feliz culpa, que nos mereceu tão grande redentor, Oh ditoso pecado de Adão pode ouvir-se na celebração. Ouvem-se varias leituras, sobretudo do antigo testamento. As únicas incontornáveis são a de Gn 1 e Ex 18. As leituras fazem um resumo da história da salvação e fazem presente a Aliança de Deus com o seu povo, a promessa do Messias esperado e por fim, Jesus Cristo como portador de Esperança, o verdadeiro Emanuel que vem para ser connosco Deus, o Príncipe da Paz, o Ungido.
Era necessária a sua encarnação, o seu despojamento, a sua entrega, a sua morte. Mas sabemos não ser em vão tudo isto. O Cordeiro sem mancha lava no seu sangue todos os nossos pecados. Como o Fogo, torna-nos novas criaturas. Para isso Ele veio. Para que tenhamos vida e vida em abundância (Jo 10). E só a temos, essa vida, depois da sua morte, ressurreição e glorificação.


Passando para o Domingo e consequentemente para o tempo Pascal, é tempo não mais de choro, de silêncio, mas sim de Aleluia, tempo festivo porque o Esposo está connosco de uma vez para sempre e para toda a eternidade. Faz-se o anúncio da ressurreição e a Cruz entra nas casas. É a Páscoa do Senhor.
Exultemos e rejubilemos porque Ressuscitou como disse o Salvador do mundo. Este caminho de Esperança, não termina porém. Deve, isso sim, servir de catapulta para que possamos viver como cristãos de maneira mais autentica. A vivência dos mistérios da paixão, morte e ressurreição de Jesus deve lembrar-nos da nossa condição de filhos no Filho.
Vivamos pois a Páscoa, o tempo Pascal e a nossa vida como redimidos, verdadeiramente readquiridos pelo Senhor para não mais deixar de ser dEle.
Criaste-nos para vós Senhor, e o nosso coração anda inquieto, enquanto não repousa em vós.
, lê-se no inicio das Confissões de Sto. Agostinho: precisamente.

Boas Festas Boas Festas, Cristo Ressuscitou, Aleluia! Aleluia!

Há coisas fantásticas não há?

1 comentário:

Ismael Sousa disse...

Regina Caeli, laetáre, alleluia; quia quem meruísti portáre, alleluia; Resurréxit, sicut dixit, alleluia; ora pro nóbis Deum, alleluia.