Telemóvel...

Andar sempre a correr de um lado para o outro provoca muitas coisas. A que se passou hoje foi hilariante. Acordei, não muito cedo para ser sincero, e desliguei os despertadores (tenho dois, nos dois telemóveis - um tuga e outro helvético - roaming, a quanto obrigas...).
Depois de acordar, peguei nos telemóveis, e para os "castigar" pelo facto de me terem acordado de maneira tão fria e polifónica, coloquei-os debaixo da almofada... É engraçado que nunca faço isso. Mas hoje deu-me e fi-lo. Fui à missinha em Bern (Breiterein) e depois almocei. Depois do almoço foi tempo de voltar ao quarto e arrumar as coisas. Fazia calor. Tirei tudo dos bolsos e coloquei numa bolsa. Fui em direcção à estação, passei pelo Mac porque ainda tinha muito tempo, comi um belo McFlurry (para lembrar os bons velhos tempos), li um pouco e dirigi-me para a linha (Gleis nummer acht) nº 8.
Faltavam dez minutos ainda e decidi, para "matar o tempo", ouvir alguém querido e telefonar para Portugal. Coloquei a mão no bolso, mas não estava ali o telemóvel. Coloquei a mão no outro e nada. Passei várias vezes as mãos pelos bolsos do casaco dependurado entre a pasta e a mala e nada.

Estive dez segundos a pensar que era impossível que alguém me tivesse roubado tão descaradamente, outros dez a equacionar o que teria acontecido se não mo tinham roubado e depois... Vinte segundos a acreditar-me verdadeiramente um otário por ter deixado os dois telemóveis... debaixo da almofada. Será possível? Perdi o comboio, claro, caminhei quarenta minutos para ir buscar os telemóveis e enquanto o fiz, ri-me de mim próprio, mas ri com vontade de rir.
Haverá coisa melhor que rirmos de nós próprios? Eu duvido. O perfeccionismo mata. Que adiantava chorar sobre o leite derramado?
Há coisas fantásticas não há?
Hoje aconteceram-me duas das boas :)
Para breve, mais aventuras.