sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Politiquices...

Como decerto sabeis, tenho um fraquinho por política, e ainda que esquerdino um fraquinho do mesmo tamanho pela direita.
O que me faz falar disso? Não é a iminência das eleições, mas o facto de gostar das coisas claras e distintas, qual Descartes.
Hoje li com gosto a Visão, que semanalmente me trás notícias do meu amado Portugal. Esta semana, a manchete dá conta das "50 perguntas essenciais" aos dois candidatos mais badalados. José Sócrates (JS) e Manuela Ferreira Leite (MFL).
Há perguntas de vários tipos, gostos pessoais, política, estratégia... Qual o meu espanto quando vejo várias alarvidades a sair da boca do actual primeiro-ministro. Cito algumas... À pergunta
Qual a viagem mais marcante que já fez? A resposta foi África.
Caríssimos, África é, grandita, vá lá. Ainda dizem que a geografia é uma coisa vaga. A resposta de MFL foi Vaticano, ligeiramente mais pequeno do que esse grande "país" África.
À pergunta: A ASAE é para manter? A resposta de MFL é de que
tudo é susceptível de ser melhorado
JS decide dizer algo que tem tanto de novo como de despropositado:
Sim. Temos finalmente uma defesa do consumidor eficaz e reconhecida.
Deixem-me mastigar esta frase.
-A defesa do consumidor não é aquela coisa que defende os consumidores e tal?
-É!
-Ah, a DECO então!
-A Deco?
-Tipo: DE(fesa do) CO(nsumidor). O que é que a ASAE tem a ver com isto? A ASAE, Associação para a Segurança Alimentar e Económica é um órgão de polícia criminal (vide aqui) responsável, e cito pela
avaliação e comunicação dos riscos na cadeia alimentar, bem como pela disciplina do exercício das actividades económicas nos sectores alimentar e não alimentar, mediante a fiscalização e prevenção do cumprimento da legislação reguladora das mesmas.
E pergunto eu, onde é que entra aqui a defesa do consumidor? Perguntem ao nosso primeiro. Enfim. Adiante, mais perguntas e respostas.

A que mais me fez acreditar na competência do sr presumível engenheiro foi:
O facto da igreja católica ser a que tem mais fiéis faz com que o estado a tenha de tratar de forma diferente do que trata outras confissões?
MFL: Não existe nenhuma querela religiosa em Portugal.
JS: Tratar de forma diferente o que é diferente é praticar a igualdade.

Interessante. Vamos a um exemplo. 10 vagas para trabalhar num ministério. 20 candidatos com curricula parecidos e portanto passíveis de ficar com o emprego. Três são pretos, dois judeus, um da cova da Moura, um cigano e uns primos de um amigo do tio de um ministro qualquer. Qual o mais capaz? Ninguém sabe, o que é certo é que num, aliás, neste estado de direito democrático, trata-se de maneira diferente o que é diferente para praticar a igualdade. É pena que assim seja.
Caríssimos, nunca fui muito bom a matemática, mas dou uns toques no Português. Igualdade é igualdade. Não porque eu o digo. Dizem-no todos os dicionários sérios, a declaração dos direitos humanos, as constituições da maior parte dos países. Igualdade ou isonomia como princípio jurídico em que todos são iguais perante a lei que é cega.
Parece que o Zézito tem outro conceito. Espero que o explique num livro, na próxima legislatura, afastado que estará do poleiro. Com o que já sabia e com o que li, assim o espero. Oxalá.
Fantástica incongruência?
P.S. A foto foi escolhida a clique de rato (não a dedo porque não tenho ecrã tactil). De qualquer das maneiras a escolha pautou-se pelo que adivinho pela pose: "Disse\fiz mer**". Eu concordo :D

2 comentários:

Heidi disse...

verdade verdade verdade...:D


enchem a boca para falar de verdade e de igualdade...quando estas palavras não valem nada senão na sua aplicação concreta e real...

cambada de trastes :P... (como se diz por aqui LOL)

Bárbara disse...

se não estvivesse tão cansada até mandava aqui um bitaite ou outro... Assim, deixo os bitaites para outra altura e fica só a gargalhada =)=)