Fui ontem ao cinema. Melhor ainda, bem acompanhado. Diz-se que a Macieira é boa com gelo, mas com os amigos é bem melhor. O cinema é igual =)
Bem... que dizer... A sétima arte é sempre, quer dizer, quase sempre fantástica, mas mais fantástica ainda na medida em que se torna imprevisível! Vou usar um termo Heidiano!lol! (Desculpa Heidi mas tinha que usar a palavra). "ADOREI" o filme! Está mesmo fantástico. Foi uma daqueles filmes fantásticos mas tão fantásticos que até chateiam de tão fantásticos que são os marotos!lol!
A história de uma vida que nos faz pensar no quão injustos somos julgando despropositadamente aqueles que "conotamos" como "inferiores". Dentro de nós há em potência um pequeno racista que vai à missa mas não gosta de amarelos, nem de pretos, nem de redskin's, nem nada. Sempre que um desses nos "salva a pele" passamos a dizer que aquele (e só aquele), num universo deveras mais vasto, "serve"... (Coisas para a minha manita e a supracitada Heidi comentarem e estudarem: esteriótipos =) (Podem mudar o acento: esteriotípos)lol)
Porque é que não havemos de admitir que "eles" são tão bons como nós, que sabem fazer coisas que nós não sabemos, que viveram como nós nunca haveremos de viver... Falando "deles" coloco-me noutro mundinho, o dos "civilizados"... Infelizmente.
Até quando faremos parte de uma sociedade minada pela discriminação que não acredita no valor intrínseco das pessoas?
Permitam-me misturar tudo! Não é por estarmos na quaresma, mas é uma associação que me parece perentória: o nosso dever, não como Cristãos, ou ocidentais, é ver o valor das pessoas como elas são. Descobrir que dentro de cada um de nós há um tesouro incalculável. É esse tesouro que devemos ver, por debaixo da pele, independentemente da cor, ou do facto de ter roupa. O segredo para a felicidade e para a plenitude (chamem-lhe utopia, chamem-lhe nirvana) é amar sem medida. Porque o Amor é a medida de todas as coisas. Mas não um amor qualquer, uma platonice com mais de dois milénios. Também não é o amor das sms's, do ama tudo e mais alguma coisa porque é "legal". Falo do Amor sério e a sério. Do amor que nos inunda e impele a sermos melhores, todos e cada dia.
Esse amor faz girar o mundo. O outro, talvez faça girar também... A cabeça.
Dev Patel fez uma interpretação brilhante, e acho bem que tenha sido uma crítica mordaz aos mídia e, grosso modo, à sociedade alienada e espezinhadora a ganhar vários prémios, e bem assim, o reconhecimento por parte da comunidade cinematográfica do valor não só dos interpretes mas dos interpretados: milhões de personagens sem nome, sem voz nem vez.
Desculpem o brainstroming! Como reles aprendiz de teólogo não podia não associar estas coisas todas.
Termino o longo post desejando muitos filmes assim! Enquanto os houver, para mim, continuará a ser um prazer e a valer a pena ir ao cinema.
4 comentários:
"Brainstroming!"
Então cá vai mais mistela...lol
De facto achei espantoso, quando nós nos queremos destacar de uma pessoa que aos nossos olhos parece um pobre coitado, ou de alguém, que é de outro povo qualquer.
Infelizmente, e disseste-o muito bem, até na nossa sociedade, há dentro dela muita discriminação. Na minha opinião a verdadeira separação é entre ricos e poderosos (ou influentes) do resto. Todo resto, por vezes são os "ignorantes" que se julgam maiores que os outros, não se vêm ao espelho, mas fazem outros passarem por situações de tamanha rejeição, ou desrespeito.
O ser Humano deve ser visto como tal, com todas as potencialidades que lhes conhecemos e até desconhecemos...
Abraço
Rogério Carvalho
Mais um bocadito de brainstorming!
Achei espantoso o filme! Só tenho pena de ainda não se ter dado o "salto" e em vez de se pegar em personagens "reais" do mundo ocidental, se já buscar a sociedade mais injusta do mundo, embora o sistema de castas não seja muito explorado, mas bem vincado em todo o filme.
A análise do filme dava pano para mangas em termos culturais, sociais, antropológicos e até sociológicos (Há pois :)
O fosso entre ricos e pobres é um dos maiores pobrelas de redistribuição de riqueza que o mundo enfrenta. Temos grandes magnatas que vivem em palacetes com portas bordadas a ouro e á porte desse palacete dezenas de endigentes que nada têm como certo, para além da inevitabilidade da sua condição social.
O filme retrata bem o desespero de milhões de crianças que fazem de tudo um pouco para sobreviver. Muitas delas acabam por seguir caminhos menos ortodoxos (como o Salim), outras não se deixando guiar pelos meandros da vida fácil, fazem pela vida arranjando um emprego (ainda que mal pago) que lhes permita pelo menos não morrer de fome no final do mês (como o Jamal)!
O mais lamentável de tudo é que milhões de pessoas em todo o mundo viram e verão este filme e esses mesmos milhares de pessoas regressam a casa depois do cinema, para a sua mesma vida de todos os dias! Podem questionar-se sobre as injustiças que existem no mundo, mas salvo raras excepções esse questionamento não as impelirá à acção.
É o mundo que temos! É a sociedade que temos! Somos os hipócritas de sempre!
p.s. manito a Heidi não diz ADOREI... diz a-d-o-r-e-i! LOL
:):)
Desculpem ter perdido o momento “vamos-todos-citar-a-heidi-o-maior-número-de-vezes-que-conseguirmos-sem-ela-ver” LOL Bem,…tenho que tar com mais atenção aos post e comentários que por aqui aterram, amarram ou arriam…para me auto-conhecer-me-je-myself melhor…e ficar meia hora a pensar: “mas-que-raio-será-que-eu-repito-assim-tantas-vezes-a-palavra-a-d-o-r-e-i??!!” LOL Com tanto brainstorming que aqui vai…já estou toda brainstormingada…aliás, sou! E como até já estou fartinha de ter momentos de brainstorminganço vou saltar essa parte…Upa…saltei! Adiante…Vou directa a parte do dito cujo, vou mandar o meu bitaitezito sobre o amor de que falas …É incrível quando somos capazes de ver o amor de que todos somos feitos…de que tudo é feito, o amor enquanto ligação,… passamos a vida à procura da felicidade…e afinal onde é que ela está? Nos nossos olhos…e no sermos capazes de ver sentindo o amor em tudo e por todos…“Porque o amor é a medida de todas as coisas”…pois é…Só que depois vem o “mas”…e sermos capazes de manter tamanho estado de graça?! Eu não consigo, mas fico feliz por já o ter experimentado, por continuar a experimentá-lo, por saber que ele existe, e por sentir quando uma pessoa o vive e ficar feliz com isso, sentindo-o também, podendo-o partilhar…(Isto faz sentido??!... hummm para mim faz…eh eh eh, mas não custa perguntar LOL) A-d-o-r-e-i a parte do tesouro! É verdade…é isso: Somos todos um tesouro!!...Somos todos os potezitos de ouro que estão na base do arco-íris…(que-tão-verdadeiro-pirosamente-bonito LOL) Quanto ao filme,… um dia vou ver…mas se é “daqueles filmes fantásticos mas tão fantásticos que até chateiam de tão fantásticos” não é pra mim!! eh eh eh ...bem, já me estendi demais nos bitaites...:)
Carissima Heidi, fico feliz em saber que sabes que existe, e que já o experimentaste! É Ele, em última análise a dar-nos força quando "saímos" do "estado de graça". Aliás, que seria dessa graça sem os outros momentos? Nada... Que valor daríamos à vida se não houvesse a morte? Nenhum! "Beata te" porque percebeste =)
Beijos
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